Caros confrades/passageiros!
O meu estimado amigo, o escritor e jornalista, Milton Saldanha,
mais uma vez discorre sobre uma cruciante questão, que afeta
sobremaneira a qualidade de vida dos paulistanos porque, por questões
mercantilistas, uma área verde, que seria melhor aproveitada se fosse
transformada em parque, corre o risco de tornar-se altas torres de
concreto, que tornaria mais inóspito o entorno do local, que é um "mar de concreto".
O Milton Saldanha sempre foi um cidadão atuante e um formador de
opinião, que não deixa a peteca cair e jamais fica em "cima do muro":
Apreciei sobremaneira as pertinentes considerações que o meu estimado
amigo fez sobre mais um atentado para combalir a qualidade de vida dos
paulistanos:
A seguir transcrevo o irretocável artigo da lavra do Milton, que também é um exímio assecla de Terpsícore:
"O Parque Augusta e a degradação da cidade
Milton Saldanha
Lamentável! É o mínimo que se pode dizer sobre a reintegração de posse,
na madrugada desta quarta-feira (4/março), no já famoso Parque Augusta,
área verde com restos da Mata Atlântica, no Centro de São Paulo, que
corre o risco de ser devastada pela especulação imobiliária.
As
construtoras Setin e Cyrela querem erguer ali três torres. Para quem
vai enriquecer ainda mais é uma bela farra. Para a cidade, uma tragédia.
Isso significa derrubada de árvores centenárias, mais impermeabilização
do solo, aquecimento, fim de sol e ventilação, além de uma concentração
nova de veículos que só vai agravar um trânsito há anos insuportável.
O local estava ocupado por barracas de cerca de 300 ativistas, pessoas
dotadas de consciência social e senso de civilidade urbana, que buscam o
melhor para uma cidade que se torna a cada dia mais concretada e dura
de se viver, pela prevalência do carro e da especulação imobiliária sem
limites.
A Prefeitura teria resolvido o problema com R$ 70 milhões.
Convenhamos, nada absurdo para dotar a cidade de mais um parque, tão
necessário à renovação do oxigênio, no meio de tanta poluição, quanto
também ao lazer e bem estar da população. Fernando Haddad aprovou a
criação do parque, mas a Secretaria Municipal do Verde, que se reporta a
ele, alegou falta da grana. Seria piada se não estivesse explícita
nisso a jogada política: Haddad quer, mas a Secretaria alega falta de
recursos. Isso livraria a cara do prefeito, que se fosse estadista
bateria o pé e acharia os recursos. Para outros fins, discutíveis, como
Carnaval controlado por contraventores e construção desnecessária de
estádios de futebol, a Prefeitura sempre acha verbas.
O valor,
cotejado com a arrecadação municipal, é irrisório, sobretudo quando
comparado com todos os benefícios que o parque proporciona aos cidadãos e
à preservação de um mínimo de qualidade de vida.
Vamos nos juntar
aos ativistas, um movimento sem bandeiras partidárias nem ideológicas –
reúne a diversidade democrática de pensamento – e lutar pela qualidade
de vida em São Paulo. A cidade é nossa e não das construtoras.
Prefeitura e Câmara Municipal não podem ficar omissas nem coniventes com
crimes contra São Paulo. Nada é insolúvel quando existe vontade
política e decisão firme para satisfazer o bem comum. Queremos o Parque
Augusta!
Pressão neles, gente!
(Por favor, repasse, divulgue. Defenda nossa querida São Paulo)."
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