Caros confrades/passageiros!
Epístolas Paulianas
Conversando com a saudosa Dona Mariinha (1910-1988).
Diadema, 26 de março de 2015.
Distinta e estimada Dona Mariinha!
Quando o estafeta do nosso amado Imperador Dom Pedro II (1825-1891)
entregar esta epístola nas suas etéreas mãos, certamente a Senhora
ficará concomitantemente jubilosa e surpresa com o inesperado
acontecimento, que quebrou sua rotina Olimpiana e com toda certeza
levará – com celeridade – para sua fiel amiga, a Dona Agatha, para que
leia, com seu inconfundível sotaque italiano, e também fique jubilosa em
saber que seu valoroso, incansável e destemido “menino”, que tornou-se
seu fiel ajudante e pupilo, desde os sete anos de idade, o Leôncio Benedito de Souza,
resolveu prestar-lhe pertinente tributo a sua Memória escrevendo o
livro “O menino de Dona Mariinha”, que deixa enternecidos os felizardos
leitores e tão cativados leitores , que não conseguem parar de ler
(comecei a ler no dia 23 a partir das 14 horas e terminei a leitura
ontem de manhã) a saga da sua radiante e profícua existência, que foi
sempre dedicada ao labor, bem como influenciou e mudou o rumo da árdua
vida do seu pupilo Leôncio, que por conta de ser um dos filhos de um
casal que teve numerosa prole e, apesar de trabalharem incansavelmente,
não conseguiam prover de modo pleno o sustento dos seus rebentos. Por
este motivo os petizes da família Souza, devido a necessidade premente
de recursos pecuniários, tinham que procurar trabalho desde o início da
vida escolar e mesmo assim as dificuldades faziam parte do cotidiano da
honrada família do seu pupilo.
A história da sua vida e do seu
“menino” deixaram meus outonais e caquéticos olhos em água, todavia
considero alvissareiro saber que sua pertinácia, zelo e destemor foi um
poderosíssimo farol norteador na vida do Leôncio, que na
contemporaneidade é um cidadão pleno, atuante, muito competente e
estimado pelos seus pares, amigos, entes queridos e regidos, graças a
Senhora, que sempre acreditou e instigou-o para que tivesse um futuro
promissor.
O seu “menino” deixa patente no tributo que lhe prestou, que a ama sobremaneira e a considera como se fosse da família.
Apreciei sobremaneira saber que a Senhora instigava seu "menino" a
aprimorar suas competências leitora e escritora contextualizando os
conteúdos escolares nas atribuições e atribulações do cotidiano.
Ele
tinha grande apreço em ser seu “menino”, que varria, limpava, lustrava e
deixava tinindo o cinema, as edificações da Maçonaria, do Rotary, os
jazigos do sepulcrário de Caconde, bem com as casas que a Senhora
trabalhava e era muito respeitada e estimada pelos seus empregadores e
demais cacondenses.
Seu “menino” a contrariou somente uma vez,
porque apesar de saber que a Senhora desejava, depois que fosse para o
Olimpo, ficar coberta pela terra e mais nada, fez questão de construir
um jazigo para eternizar sua memória, que graças a ele jamais cairá no
esquecimento e será lembrada pelas gerações do porvir.
Aproveito o
ensejo para pedir-lhe que mande lembranças para seu marido, filho e
sobrinho, bem como para a encantadora Dona Agatha.
Que refrigério saber que a Senhora foi uma pessoa que contribui para que outros seres viventes tivessem outro destino.
Com a Senhora nasceu em 1910 e trabalhou muitos anos da sua existência
no extinto cinema de Caconde, dedico-lhe uma película de 1910, da fase
silenciosa da fascinante Arte das Imagens em Movimento, do tempo que
este fascinante e maltratado mundo teve a prerrogativa de vê-la chegar à
luz e a Senhora manava, chorava, dormia e vivia sempre sequinha e
limpinha sob os cuidados intensivos dos seus entes queridos.
LUZES! CÂMERAS! AÇÃO!
Caloroso abraço! Saudações memorialistas!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver sem véus!
Aquele abraço, votos de bfds , Amigo João Paulo de Oliveira.
ResponderExcluirCaro Amigo Pedro Coimbra!
ResponderExcluirAgradeço e retribuo os auspiciosos votos!
Caloroso abraço! Saudações vigorosas!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver sem véus!