Caros confrades/passageiros!
Fiquei enternecido quando li as reminiscências do tempo de petiz do meu querido amigo João Batista, que completou 62 anos e, com sua devida anuência, publico no nossa página "Memória Familiar a enternecedora história da família do João Batista. O João Batista é um escritor e cozinheiro supimpa!
Enquanto ele chorava, mamava e dormia, fazia sucesso estrondoso na fascinante Arte das Imagens em Movimento a película:
"Singin' in the Rain", aqui intitulada "Cantando na Chuva"
Fiquei enternecido quando li as reminiscências do tempo de petiz do meu querido amigo João Batista, que completou 62 anos e, com sua devida anuência, publico no nossa página "Memória Familiar a enternecedora história da família do João Batista. O João Batista é um escritor e cozinheiro supimpa!
Enquanto ele chorava, mamava e dormia, fazia sucesso estrondoso na fascinante Arte das Imagens em Movimento a película:
"Singin' in the Rain", aqui intitulada "Cantando na Chuva"
LUZES! CÂMERA! AÇÃO!
Caloroso abraço! Saudações memorialistas!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver
"Há exatamente 62 anos, os moradores do terceiro quarteirão da Rua 14 de Julho, ouviram ecoar, lá do número 539, o forte vagido de um bebê e logo todos adivinharam: “Mais um Alzira. Coitada, já tem tantos...”
Nascia, portanto, eu, quase às vésperas de Santo Antonio e pela graça de Deus, deram-me o nome de João Batista, já que havia um Antonio mais velho na família. Livrei-me de ser chamado por Tonho ou Toinho, ou Totô!
Era a 12º gestação de minha mãe e o 6º e último filho que “vingou”. Sou, portanto, o caçula, o “rapa de tacho”, o “resto de placenta”...
Logo após o parto, minha mãe foi internada numa Clínica em São Paulo com o diagnóstico de “esgotamento nervoso” e por lá ficou num longo período.
Os filhos foram repartidos pelas casas dos padrinhos ou tios e o bebezinho João Batrista ficou aos cuidados de minha tia Beatriz que ainda amamentava sua 6ª filhinha, minha prima Adelaide, também, recém-nascida.
Contava ela que passava noites sem dormir com o choro dos dois bebês. Dava o peito para a filhinha e uma mamadeira para o sobrinho (a mamadeira era uma garrafa de guaraná caçulinha com um enorme bico de borracha na ponta). Certa noite, caindo de sono tentava amamentar o sobrinho que chorava muito. Tentava colocar o bico da mamadeira na boca do garotinho, mas ele não pegava e continuava a berrar a plenos pulmões. A coitada acendeu a luz e só aí percebeu que o garotinho havia virado de “bunda pra cima”. Na tentativa de colocar a mamadeira na “boca” do bebê, conseguiu melecá-lo todo de leite, inclusive deixando a parede totalmente respingada, também.
Não sei quanto tempo fiquei com ela, foi mais de um ano, pois no meu primeiro aniversário, fizeram um bolo e levaram um pedaço para minha mãe lá na Clínica. Disseram que minha mãe não se lembrava, ainda, que tinha um filho bebê.
Meu pai, coitado, ficava “meio vendido” com a esposa internada e os 6 filhos espalhados em casas separadas. Mas a solidariedade das pessoas era marcante naquela época e todos tinham o maior carinho e zelo pelas crianças de Dona Alzira e mesmo não tendo boas condições financeiras cuidaram de nós com a maior responsabilidade e dedicação. Difícil de acreditar nisso, hoje em dia!
Durante toda nossa infância fomos cercados pelo amor e carinho dessas pessoas: padrinhos, madrinhas, tios, tias e primos e tenho muita saudade daquele tempo e daquela Rua 14 de julho e hoje, embora muito modificada, ainda me emociono quando passo por lá. Parece que revejo as crianças e mulheres nas calçadas conversando e chamando umas às outras de comadres: comadre Amélia, comadre Angelina, comadre Beatriz, comadre Alzira, Comadre Maria, etc.tc.
Sou um privilegiado por ter tido duas mães e tantas madrinhas e padrinhos. Quando a saudade aperta, eu, meus irmãos e primas nos reunimos para relembrarmos aqueles tempos e dos personagens de nossa infância. Não cansamos de repetir as mesmas lembranças, mesmo que às vezes as lágrimas aflorem aos nossos olhos."
E vamos parar por aqui, senão vai ser difícil dormir e acordar com 62 anos...parece que foi ontem!
(10 JUN 952-10 JUN 014)
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver
"Há exatamente 62 anos, os moradores do terceiro quarteirão da Rua 14 de Julho, ouviram ecoar, lá do número 539, o forte vagido de um bebê e logo todos adivinharam: “Mais um Alzira. Coitada, já tem tantos...”
Nascia, portanto, eu, quase às vésperas de Santo Antonio e pela graça de Deus, deram-me o nome de João Batista, já que havia um Antonio mais velho na família. Livrei-me de ser chamado por Tonho ou Toinho, ou Totô!
Era a 12º gestação de minha mãe e o 6º e último filho que “vingou”. Sou, portanto, o caçula, o “rapa de tacho”, o “resto de placenta”...
Logo após o parto, minha mãe foi internada numa Clínica em São Paulo com o diagnóstico de “esgotamento nervoso” e por lá ficou num longo período.
Os filhos foram repartidos pelas casas dos padrinhos ou tios e o bebezinho João Batrista ficou aos cuidados de minha tia Beatriz que ainda amamentava sua 6ª filhinha, minha prima Adelaide, também, recém-nascida.
Contava ela que passava noites sem dormir com o choro dos dois bebês. Dava o peito para a filhinha e uma mamadeira para o sobrinho (a mamadeira era uma garrafa de guaraná caçulinha com um enorme bico de borracha na ponta). Certa noite, caindo de sono tentava amamentar o sobrinho que chorava muito. Tentava colocar o bico da mamadeira na boca do garotinho, mas ele não pegava e continuava a berrar a plenos pulmões. A coitada acendeu a luz e só aí percebeu que o garotinho havia virado de “bunda pra cima”. Na tentativa de colocar a mamadeira na “boca” do bebê, conseguiu melecá-lo todo de leite, inclusive deixando a parede totalmente respingada, também.
Não sei quanto tempo fiquei com ela, foi mais de um ano, pois no meu primeiro aniversário, fizeram um bolo e levaram um pedaço para minha mãe lá na Clínica. Disseram que minha mãe não se lembrava, ainda, que tinha um filho bebê.
Meu pai, coitado, ficava “meio vendido” com a esposa internada e os 6 filhos espalhados em casas separadas. Mas a solidariedade das pessoas era marcante naquela época e todos tinham o maior carinho e zelo pelas crianças de Dona Alzira e mesmo não tendo boas condições financeiras cuidaram de nós com a maior responsabilidade e dedicação. Difícil de acreditar nisso, hoje em dia!
Durante toda nossa infância fomos cercados pelo amor e carinho dessas pessoas: padrinhos, madrinhas, tios, tias e primos e tenho muita saudade daquele tempo e daquela Rua 14 de julho e hoje, embora muito modificada, ainda me emociono quando passo por lá. Parece que revejo as crianças e mulheres nas calçadas conversando e chamando umas às outras de comadres: comadre Amélia, comadre Angelina, comadre Beatriz, comadre Alzira, Comadre Maria, etc.tc.
Sou um privilegiado por ter tido duas mães e tantas madrinhas e padrinhos. Quando a saudade aperta, eu, meus irmãos e primas nos reunimos para relembrarmos aqueles tempos e dos personagens de nossa infância. Não cansamos de repetir as mesmas lembranças, mesmo que às vezes as lágrimas aflorem aos nossos olhos."
E vamos parar por aqui, senão vai ser difícil dormir e acordar com 62 anos...parece que foi ontem!
(10 JUN 952-10 JUN 014)
Também fiquei enternecida com a história e o seu amigo é sem dúvida um escritor.
ResponderExcluirum beijinho
Gábi
Cara confrade Gábi!
ResponderExcluirOs livros da lavra do meu amigo João Batista são supimpas!
Caloroso abraço! Saudações leitoras!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver
Caro Prof
ResponderExcluirUma história comovente! Com um final feliz!
Um abraço
Beatriz
Cara confrade Beatriz de Bragança!
ResponderExcluirFelizmente o final foi feliz!
Caloroso abraço! Saudações auspiciosas!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver