Caros confrades/memorialistas!
O periódico "Diário do Grande ABC" publicou uma reportagem na edição do dia 25, do mês em curso, informando que a "Baleia", como muitos andreenses chamam o Hipermercado Extra, encerrará suas atividades comerciais na semana vindoura.
Escrevi a missiva a seguir transcrita e a enviei ao DGABC, que a publicou na edição de hoje, todavia a missiva que enviei não foi publicada na íntegra.
Fico cá a divagar os motivos que levaram o editor a tornar esta decisão.
Será que o copidesque foi por questões de espaço ou não foi considerado de bom alvitre tornar de domínio público seu inteiro teor?
Caloroso abraço! Saudações inquiridoras!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver
"Senhor Editor, bom dia!
Fiquei surpreso e concomitantemente melancólico ao ler na edição de hoje, deste prestigioso Diário, que a Baleia deixará de funcionar, na semana vindoura, por questões mercantilistas.
Lembro, com saudades, da construção da Baleia e, se minha combalida memória não falha, o projeto da edificação deste empreendimento comercial previa também a construção de um edifício comercial de vários andares que, como é do conhecimento de todos os andreenses, nunca saiu do papel.
Minha saudosa mãe fazia compras neste hipermercado e, na época que começou a funcionar, eu era adolescente, que tinha como um dos programas diletos, acompanhado da minha turma, ou como dizem na contemporaneidade: tribo, adentrar neste recinto comercial para paquerar e trocar as mercadorias de lugar nas prateleiras. Um dia fomos flagrados por fiscais da loja fazendo esta peraltice... Claro que fomos severamente admoestados e nunca mais tive a audácia de praticar este ato ilícito. Saudades deste tempo que jamais retornará.
As reminiscências que tornei de domínio público deixa patente como a Baleia tornou-se parte do cotidiano dos andreenses, que a partir da semana vindoura deixarão de ter mais esta opção de compras e, mais do que isto, ficarão com a impressão que foram privados de algo que fazia parte de suas identidades.
Fico cá a divagar quantos casamentos foram factíveis, porque os "pombinhos" se conheceram num dos corredores da Baleia...
Reminiscências à parte, o que também deixou-me surpreso é que até os dias em curso, eventualmente faço compras na Baleia, principalmente quando vou visitar uma irmã que reside nas imediações e, neste ocasiões, o vejo sempre lotado e nunca fico menos de 20 minutos na fila.
Depois do fechamento, quem sabe até antes do finall desta década, vejamos um daqueles imponentes condomínios, destinados a classe média alta, no local que funcionava a nossa querida Baleia, que terá como vizinho um mega empreendimento, digo, templo também mercantilista.
Isto posto, trago à baila o seguinte questionamento: será que de fato este empreendimento comercial tornou-se deficitário ou uma oferta milionária para adquirir o terreno deu comichão nos proprietários da Baleia?
Depois que a Baleia "morrer na praia" será incluída no rol da memória andreense, como por exemplo, o alarido das porteiras da Estação de Santo André alertando os pedestres e máquinas rodantes que ficariam fechadas ou abertas para a passagem dos trens de subúrbio, bem como aqueles que tinham como final a Estação do Valongo (saudades), além dos trens de carga, da Papelaria e Livraria Belletato, do Foto Muito Bom, dos Cines Carlos Gomes, Santo André, Tangará e Tamoyo, do Banco da Lavoura, das Lojas Eduardo e Ducal, do afiador de facas, que sabíamos que passava nos logradouros públicos que morávamos por conta do inesquecível alarido que faziam, dos ônibus vermelhos que ligava à Vila a Santo André, do salão de barbeiro do Sr. Antônio que ficava em frente a mansão dos Jovitas, lá na Vila Assunção (nunca sei dizer se no 1º ou 2º Largo), da fábrica de tecelagem, que ficava no mesmo local da agonizante Baleia.
Saudações memorialistas/inquiridoras.
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver"
Casto confradamigo
ResponderExcluirCom cartas destas ainda vais parar à Patagónia-sur-mer ou a Novossibirsque do Sul. Toma cuidado! Os coronéis não dormem,,, e Deus só passa pelas brasas
Abç
HeneriquAmigo!
ResponderExcluirTerei cautela.
Caloroso abraço! Saudações cautelosas
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver