CELULOIDE SECRETO, OUTROS VIESES! Este vagão do Expresso do Oriente, sob o comando do Prof Ms João Paulo de Oliveira, um insulso ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver sem véus, tem como escopo versar sobre existencialismo, cultura e memória, alicerçado no viés da filósofa Hannah Arendt: "As ideias se estilhaçam frente à realidade". Como é aterrorizante ter ciência da dura realidade de viver sob a égide do "Mito das Cavernas"...
O Todesca está na janela apreciando a paisagem...
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Película: "Mãos sangrentas"!!!!!!!...
Caros(as) confrades!
No blog do chefe Edward, no capítulo da série "Memória Terminal", de autoria do saudoso jornalista José Marqueiz, num comentário feito pelo confrade paulistano Laércio H. Pinto, veio à baila a película "Mãos sangrentas", produzida pela extinta Companhia Cinematográfica Maristela, que ficava no bairro paulistano do Jaçanã. Não conhecia este filme e pesquisando no google encontrei um relato circunstanciado do filme, cuja fonte citarei no final da transcrição:
"MÃOS SANGRENTAS- 1954 - Brasil / São Paulo e Rio de Janeiro - 95 minutos - Drama - Preto e branco
Direção: Carlos Hugo Christensen
Companhia produtora: Companhia Cinematográfica Maristela (São Paulo) / Artistas Associados (Rio de Janeiro)
Companhia distribuidora: Columbia Pictures do Brasil
Produtor: Roberto Acácio - Produtor Executivo: Mário Audrá Júnior - Gerente de produção: Alfredo Palácios - Assistente de produção: Gregório Wallerstein e Roberto Farias - Assistente de direção: Darcy Evangelista e Ary Fernandes - Argumento e roteiro: Pedro Juan Vignale e Carlos Hugo Christensen - Diálogos: Sady Cabral - Fotografia: Mário Pagés - Câmera: Juan Carlos Landini - Cenografia: João Maria dos Santos - Assistente de cenografia: Francisco Guglielmi - Decoração: Carlos Jacheri - Montagem: José Cañizares - Assistente de montagem: Ismar Porto - Sonografia: Sérgio Álvarez - Música: Alexandre Gnatalli e Abigail Moura - Dublagem: Fernanda Montenegro, Jurema Magalhães, Dionizio Azevedo e Rodolfo Mayer
Intérpretes: Arturo de Cordova, Tônia Carrero, Carlos Cotrim, Heloisa Helena, Sadi Cabral, Lisete Barros, Armando Louzada, Antonia Marzulo, Jackson de Souza, Lídia Matos, Agostinho Pereira, Alan Lima, Alcebíades Ghiu, Arnaldo Montel, Aureliano Santos, Aurélio Teixeira, Cirilo Decosta, Claudiano Filho, Costinha, De Carambola, Edson V.Boas, Gilberto Marinho, João Zacarias, José Policena, Manoel Pêra, Maurício Dias, Milton Leal, Milton Marcos, Osvaldo Louzada, Paulo Montel, Ramiro Magalhães, Sérgio Alvarez, Vicente Costa, Wilton Franco
Sinopse: Os detentos do presídio da Ilha Anchieta se rebelam, dominam a guarnição e morrem. Um dos fugitivos, que sonha rever a mãe, encontra uma prostituta e começa a contar a ela sua história.
Prêmios: Melhor ator secundário (Gilberto Martinho), prêmio "Associação Brasileira de Cronistas Cinematográficos", Rio de Janeiro, 1955; melhor produtor (Roberto Acácio) e tor secundário (Gilberto Martinho), prêmio "Saci", São Paulo, 1955; melhor produtor (Roberto Acácio) e ator secundário (Gilberto Martinho), prêmio "Governador do Estado de São Paulo", São Paulo, 1955; participou no Festival de Veneza, Itália, 1956."
"No presídio da Ilha Anchieta, ao largo de Ubatuba, ocorreu uma revolta generalizada que terminou com a fuga em massa dos detentos. Um grupo deles roubou uma lancha e alcançou o continente, provocando pânico na população. A repercussão foi enorme e ganhou manchetes nos jornais do mundo inteiro, pois naquela época fugas em massa de prisões não eram fato corriqueiro, como hoje em dia.
Logo depois da revolta, recebi uma carta de De Laurentis pedindo maiores informações e propondo uma co-produção baseada naqueles acontecimentos.
Estudava o caso quando fui procurado por Roberto Acácio, produtor do Rio que organizara uma co-produção , com Argentina e México, para dois filmes. O produtor mexicano Gregório Wallerstein, participaria com Arturo de Córdova (ator com excelente cotação internacional, devido aos filmes que estrelara em Hollywood) e ficaria com os mercados dos Estados Unidos, México, Venezuela e Cuba. O diretor argentino Carlos Ugo Christensen dirigiria os dois filmes e participaria com os roteiros e a direção de produção, ficando com os mercados da Argentina e de alguns países sul-americanos. O mercado brasileiro e do resto do mundo ficariam para o produtor brasileiro.
O primeiro filme, baseado na revolta da Ilha Anchieta, estava com o roteiro pronto; quanto à escolha do segundo, ficaria para mais tarde.
Roberto Acácio, o produtor brasileiro, oferecia-nos 22% de seus mercados em troca da cessão de estúdios e equipamentos, ficando todos os demais gastos sob sua inteira responsabilidade. Aceita a proposta e firmado o contrato, respondi a De Laurentis qua a Maristela já estava empenhada naquela produção.
A rodagem de "Mãos sangrentas" complicou-se em demasia: a maioria das cenas era filmada em exteriores e o filme exigia um grande número de extras. Um fato inusitado veio a complicar ainda mais a situação. Para dar maior veracidade à revolta dos presos, a produção conseguira que o Exército nos emprestasse armas; toda manhã as retirávamos, mediante termo de responsabilidade, e toda noite as devolvíamos. Mas, com o suicídio de Getúlio Vargas em agosto de 1954 e os acontecimentos turbulentos que se seguiram, o Exército recusou-se a emprestá-las durante quase um mês - deixando a produção praticamente paralisada.
O material rodado, no entanto, era de excelente qualidade; a fotografia de Mário Pagés, excepcional. Com isso, à medida que a produção avançava, crescia o entusiasmo pelo filme. A euforia nos locais de filmagem era tamanha que, na cena em que o chefe da rebelião foge na lancha superlotada e vários extras correm pelo pontão e se atiram à água tentando alcançá-la, um dos extras se entusiasmou demais, esqueceu que não sabia nadar e quase morreu afogado.
Minha única ressalva era o excesso de violência, que os serviços de censura existentes em quase todos os países procuravam eliminar dos filmes, o que não acontece hoje em dia, quando ela campeia dentro e fora das telas. Esse excesso realmente viria a prejudicar a negociação de "Mãos sangrentas" em vários países, como Itália, França, Espanha e Portugal."
Fonte: (Transcrito do livro "Cinematográfica Maristela" - Memórias de um produtor - Mário Audrá Júnior - Capítulo 14 - páginas de 84-85)
Entrei em contato com a 2001 Vídeo e descobri que a película está disponível para locação em VHS. Também contatei a Cinemateca Brasileira, que fica ali na Vila Mariana, obtendo a informação que no arquivo deles tem uma cópia preservada, mas não está disponível para o público. Não posso assistir em VHS, porque os vídeoscassetes que tinha estavam na minha casa do Guarujá e na última visita que recebi de "gentis" meliantes, entre outros objetos também levaram os videocassetes...
Estou sôfrego para assistir este filme, que tornou-se um precioso documento histórico sob o viés do cineasta Carlos Hugo Cristensen!!!!!...
LUZES, CÂMERAS, AÇÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!...
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Meninooooooooooooooo.
ResponderExcluirVocê é um pesquisador e tanto hein...E vamos combinar,como a Tônia Carrero estava lindíssima.
O filme parece ser de alto nível,assim que terminar meus intermináveis e chatos relatórios vou assistir.
O vagão está lindo e cultural,como sempre.
Não te abandonei,minha caixe de e-mail está lotada,os relatórios estão consumindo muito meu tempo,mas prometo priorizar seu ou melhor,nosso espaço.
Beijosssssssssssssssssss.
Nossa! A Tônia Carrero era tão nova e já com os peitos caídos!!
ResponderExcluirKKK
João
Caríssima amigo João!
ResponderExcluirA Lei da Gravidade é válida em qualquer circunstância!
Caloroso abraço! Saudações Newtonianas!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Diadema-SP