A Epístola Pauliana, transcrita a seguir, veio à luz no ano de 2011.
EPÍSTOLAS PAULIANAS
CONVERSANDO COM O ALFERES JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER (1746-1792)
Diadema, minha amada cidade, 21 de abril de 2014.
Nobilíssimo Senhor Joaquim José da Silva Xavier:
Atrevo-me a interromper seu eterno flanar pelas intermináveis alamedas olimpianas, esperando que esta epístola não o encontre entediado depois de 221 anos nos domínios de Dionísio.
Sempre tive grande apreço pelo Senhor, por conta do papel preponderante que desempenhou na condição de sedicioso, por não tolerar a odiosa derrama, que deixava nossos ascendentes exauridos, no tempo que vivíamos sob a égide da Coroa Portuguesa com certeza, que tinha como escopo a cobiça e a extração das nossas riquezas naturais e pouco se importava com o modo de vida e bem estar dos desamparados e combalidos colonizados.
O motivo para escrever-lhe justamente no dia em curso é porque esta data é Feriado Nacional na República Federativa do Brasil, tendo em vista que lembramos aquele fatídico dia do ano da era comum de 1792, quando Dionísio veio buscá-lo de supetão, porque a Dona Maria I (a louca), então rainha do reino distante além-mar e suas colônias, ordenou sua execução por enforcamento, sem nenhuma compaixão, e para afronta mor seus despojos mortais foram esquartejados. Nunca me esqueço o que aprendi no antigo curso primário, onde me foi inculcado que seus descendentes foram considerados infames até a 5º geração e sua modesta propriedade coberta de sal (que desperdício...).
Na contemporaneidade historiadores questionam a versão oficial, onde o Senhor era considerado um “pé-rapado”, porque vieram à baila documentos que atestam sua condição de endinheirado.
Aliás, falando em versões, que aparecem neste meu tempo de vivência, tem uma que afirma que o Senhor não foi executado [sic]... Bem, somente o Senhor e mais ninguém sabe realmente o que de fato aconteceu, bem com sua real condição de vida, e como ainda não descobriram uma forma de comunicação entre os olimpianos e os mortais, a não ser em sonhos, prefiro ficar com a versão da ordem sumária da Dona Maria I, (a carola)...
Por ironia do destino o neto da Dona Maria I, (a desvairada), o então garboso e promíscuo príncipe Dom Pedro I, proclamou a Independência do Brasil, às margens do córrego do Ipiranga, instaurando a partir de 7 de setembro de 1822 a monarquia (que deleite!), que durou (que pena...) até 15 de novembro de 1889, quando a monarquia foi destituída com o Regime Republicano.
Aproveito o ensejo para pedir-lhe a gentileza em responder-me em sonhos:
- o Senhor, no seu tempo de vivência, já falava fluentemente a língua de Camões ou preferia a Língua Geral?!...
- como era exercer seu nobre ofício ao ter ciência que os torturados, digo, pacientes sentiam dores lancinantes com a extração de dentes?!...
- como era viver num meio social onde a maioria dos seus contemporâneos era inculta?!...
- como era viver sob a égide da Coroa Portuguesa com certeza?!...
- do que consistia seus momentos de lazer?!...
- como era viver sob os rígidos preceitos da Igreja Católica Apostólica Romana (que horror...)?!...
Não pretendo versar mais amiúde sobre minha contemporaneidade, todavia lhe digo que temos um “conforto” inimaginável quando estava entre nós, que é lançarmos para muito longe das nossas moradas nossos dejetos por canos onde a água os escoa com fluidez e em sua maioria são tratados em locais apropriados, mas causamos danos ambientais, que colocam em risco nossa sobrevivência... Quero somente informá-lo que apesar de termos nos livrado do nefasto monopólio do reino distante além-mar ainda somos vítima da derrama moderna, tendo em vista que são confiscados dos nossos parcos proventos uma quantia exorbitante e não temos nem como consolo reclamar para o Bispo.
Existe uma forma de entretenimento entre nós que eu chamo “A Fascinante Arte das Imagens em Movimento”, onde um brilhante patrício, o distinto cidadão Sérgio Bianchi, produziu a película “Quanto vale ou é por quilo?”, que desvela sem titubear que apesar dos avanços tecnológicos, continuamos com os mesmos problemas que o afligiam.
https://www.youtube.com/watch?v=fZhaZdCqrHg
Não sei se o Senhor interage com os novos habitantes olimpianos, em caso afirmativo se ainda não conheceu espero que conheça, com celeridade, os também nobilíssimos estadistas, os inesquecíveis André Franco Montoro (1916-1999) e Mário Covas Júnior (1930-2001)!
Aliás, falando no probo estadista Mário Covas Júnior, se ele estivesse entre nós completaria neste dia tão fatídico para o Senhor, 84 anos ( que saudades destes ilustres patrícios, que também deixaram marcas indeléveis na nossa amada Pátria...).
Espero que ao chegar o fatídico dia que Dionísio me levar aos seus domínios possa contatá-lo sem delongas, porque com sua experiência olimpiana bicentenária minha adaptação será mais célere!
Ah! O Senhor também precisa conhecer meu diletíssimo amigo, o historiador Wanderley dos Santos, que nos deixou desolados no dia 16 de janeiro de 1996, porque ele tem fatos do arco-da-velha para lhe contar.
Respeitoso e caloroso abraço! Saudações inconformadas!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
EPÍSTOLAS PAULIANAS
CONVERSANDO COM O ALFERES JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER (1746-1792)
Diadema, minha amada cidade, 21 de abril de 2014.
Nobilíssimo Senhor Joaquim José da Silva Xavier:
Atrevo-me a interromper seu eterno flanar pelas intermináveis alamedas olimpianas, esperando que esta epístola não o encontre entediado depois de 221 anos nos domínios de Dionísio.
Sempre tive grande apreço pelo Senhor, por conta do papel preponderante que desempenhou na condição de sedicioso, por não tolerar a odiosa derrama, que deixava nossos ascendentes exauridos, no tempo que vivíamos sob a égide da Coroa Portuguesa com certeza, que tinha como escopo a cobiça e a extração das nossas riquezas naturais e pouco se importava com o modo de vida e bem estar dos desamparados e combalidos colonizados.
O motivo para escrever-lhe justamente no dia em curso é porque esta data é Feriado Nacional na República Federativa do Brasil, tendo em vista que lembramos aquele fatídico dia do ano da era comum de 1792, quando Dionísio veio buscá-lo de supetão, porque a Dona Maria I (a louca), então rainha do reino distante além-mar e suas colônias, ordenou sua execução por enforcamento, sem nenhuma compaixão, e para afronta mor seus despojos mortais foram esquartejados. Nunca me esqueço o que aprendi no antigo curso primário, onde me foi inculcado que seus descendentes foram considerados infames até a 5º geração e sua modesta propriedade coberta de sal (que desperdício...).
Na contemporaneidade historiadores questionam a versão oficial, onde o Senhor era considerado um “pé-rapado”, porque vieram à baila documentos que atestam sua condição de endinheirado.
Aliás, falando em versões, que aparecem neste meu tempo de vivência, tem uma que afirma que o Senhor não foi executado [sic]... Bem, somente o Senhor e mais ninguém sabe realmente o que de fato aconteceu, bem com sua real condição de vida, e como ainda não descobriram uma forma de comunicação entre os olimpianos e os mortais, a não ser em sonhos, prefiro ficar com a versão da ordem sumária da Dona Maria I, (a carola)...
Por ironia do destino o neto da Dona Maria I, (a desvairada), o então garboso e promíscuo príncipe Dom Pedro I, proclamou a Independência do Brasil, às margens do córrego do Ipiranga, instaurando a partir de 7 de setembro de 1822 a monarquia (que deleite!), que durou (que pena...) até 15 de novembro de 1889, quando a monarquia foi destituída com o Regime Republicano.
Aproveito o ensejo para pedir-lhe a gentileza em responder-me em sonhos:
- o Senhor, no seu tempo de vivência, já falava fluentemente a língua de Camões ou preferia a Língua Geral?!...
- como era exercer seu nobre ofício ao ter ciência que os torturados, digo, pacientes sentiam dores lancinantes com a extração de dentes?!...
- como era viver num meio social onde a maioria dos seus contemporâneos era inculta?!...
- como era viver sob a égide da Coroa Portuguesa com certeza?!...
- do que consistia seus momentos de lazer?!...
- como era viver sob os rígidos preceitos da Igreja Católica Apostólica Romana (que horror...)?!...
Não pretendo versar mais amiúde sobre minha contemporaneidade, todavia lhe digo que temos um “conforto” inimaginável quando estava entre nós, que é lançarmos para muito longe das nossas moradas nossos dejetos por canos onde a água os escoa com fluidez e em sua maioria são tratados em locais apropriados, mas causamos danos ambientais, que colocam em risco nossa sobrevivência... Quero somente informá-lo que apesar de termos nos livrado do nefasto monopólio do reino distante além-mar ainda somos vítima da derrama moderna, tendo em vista que são confiscados dos nossos parcos proventos uma quantia exorbitante e não temos nem como consolo reclamar para o Bispo.
Existe uma forma de entretenimento entre nós que eu chamo “A Fascinante Arte das Imagens em Movimento”, onde um brilhante patrício, o distinto cidadão Sérgio Bianchi, produziu a película “Quanto vale ou é por quilo?”, que desvela sem titubear que apesar dos avanços tecnológicos, continuamos com os mesmos problemas que o afligiam.
https://www.youtube.com/watch?v=fZhaZdCqrHg
Não sei se o Senhor interage com os novos habitantes olimpianos, em caso afirmativo se ainda não conheceu espero que conheça, com celeridade, os também nobilíssimos estadistas, os inesquecíveis André Franco Montoro (1916-1999) e Mário Covas Júnior (1930-2001)!
Aliás, falando no probo estadista Mário Covas Júnior, se ele estivesse entre nós completaria neste dia tão fatídico para o Senhor, 84 anos ( que saudades destes ilustres patrícios, que também deixaram marcas indeléveis na nossa amada Pátria...).
Espero que ao chegar o fatídico dia que Dionísio me levar aos seus domínios possa contatá-lo sem delongas, porque com sua experiência olimpiana bicentenária minha adaptação será mais célere!
Ah! O Senhor também precisa conhecer meu diletíssimo amigo, o historiador Wanderley dos Santos, que nos deixou desolados no dia 16 de janeiro de 1996, porque ele tem fatos do arco-da-velha para lhe contar.
Respeitoso e caloroso abraço! Saudações inconformadas!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento
PS - Quem me dera se meu saudoso avô materno, o Sr. Júlio Xavier
Pinheiro (1884-1966), paulistano do bairro de Santana, fosse seu
descendente.
Convide o Wanderley dos Santos (1951-1996) para assistir esta outra imperdível película, porque por motivos alheios a vontade dele não foi possível assisti-la quando estava entre nós. LUZES! CÂMERAS! AÇÃO!
Convide o Wanderley dos Santos (1951-1996) para assistir esta outra imperdível película, porque por motivos alheios a vontade dele não foi possível assisti-la quando estava entre nós. LUZES! CÂMERAS! AÇÃO!
Caro Prof
ResponderExcluirTem razão.Outrora, os portugueses fizeram aí alguns estragos ininteligíveis!
Amigo João Paulo de Oliveira,
ResponderExcluirO actor de que lhe falei há dias, Raul Solnado, numa das suas rábulas, contava que tinha uma prima tão ignorante que pensava que as epístolas eram as mulheres dos apóstolos :)))
Aquele abraço e votos de boa semana!
Cara confrade Beatriz de Bragança!
ResponderExcluirInfelizmente esta é a dura realidade, todavia não posso negar que, além da ascendência nativa, tenho a ascendência lusa!
Caloroso abraço! Saudações fraternais!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento
Caro Amigo Pedro Coimbra!
ResponderExcluirO grande e saudoso ator Raul Solnado era também muito querido aqui!
Caloroso abraço! Saudações raulinas!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento