Caros confrades/passageiros!
Participo de um grupo facebookiano intitulado "SP Antigo - Memória e Preservação":
O fotógrafo Gilberto Calixto Rios, que é bisneto do nobilíssimo pintor paulista Benedicto Calixto (1853-1927) e que também é partícipe do aludido grupo memorialista, sugeriu aos confrades/memorialistas que nomeassem a edificação da São Paulo antiga de suas predileções!
Acatei o pedido sem titubear e nomeei a minha dileta das diletas de todas as diletas edificações paulistanas antiga, que é o suntuoso e inigualável Palacete Riachuelo, que foi um dos primeiros edifícios de apartamentos da América do Sul e começou a ser habitado em 1927. localizado nas adjacências da Praça da Bandeira.
Esta suntuosa edificação, que infelizmente ainda não tive a prerrogativa de conhecer suas dependências internas sempre me fascinou, bem como fez com que tivesse incontáveis vieses sobre as gerações de paulistanos que têm suas histórias de vida ligadas ao meu dileto dos diletos de todos os diletos!
Como sempre faço pedi a boneca Emília cinco pitadas do pó de pirlimpimpim e prontamente a Marquesa de Rabicó me deu!
Depois que aspirei as cinco pitadas do pó mágico abri os olhos e de repente, para o meu deleite inefável, estava numa fria noite de outono, onde estávamos sob a égide da garoa contínua, na capital paulista no ano de 1932, saindo do Teatro Municipal, após ser um dos felizardos espectadores de uma encantadora apresentação da ópera "A Flauta Mágica" de Mozart!
Quando deixei as dependências do Teatro Municipal um vento gélido açoita meu rosto, levanto a gola da minha capa de gabardine e vou em direção ao Palacete Riachuelo, onde resido sozinho e sou um dos primeiros moradores do Palacete num apartamento do 3º andar.
Ao flanar pelo Viaduto do Chá em direção a minha morada vejo se aproximar uma belíssima mulher desacompanhada muito elegante, o que me causa estranheza, porque as onze badaladas do Mosteiro de São Bento acabara de soar. Ela me mira de maneira sedutora e para minha grata satisfação percebo que a conheço, porque ela é uma das solícitas vendedoras da Livraria Saraiva da Rua do Ouvidor, onde sou assíduo frequentador! Sempre tive palpitações exacerbadas e pensamentos impuros (ou seriam puros) quando sou atendido por ela! Ao me reconhecer ela para me cumprimentar e demorei para largar a sua delicada mão. Depois de um breve colóquio fico sabendo que ela reside também sozinha na rua Rego Freitas, bem próximo da Santa Casa de Misericórdia. Neste breve colóquio ela me conta que é desquitada e que chama Hortência de Abreu Toledo, porque não suportou flagrar seu ex-marido na cama com o motorneiro que fazia a linha de bonde da Vila Mariana. Neste ínterim seus encantadores olhos verdes ficaram em água.
Como meu apartamento ficava mais próximo do sobradinho que ela residia perguntei se ela queria ir ao meu apartamento. Ela aceitou, sem titubear, porque disse que sempre quis conhecer um dos apartamentos do magnífico Palacete Riachuelo e fomos flanando e sem que nos déssemos conta que já estávamos sob a égide do Cupido, que deu duas flechadas certeiras nos nossos solitários corações! Quando chegamos no apartamento, depois que fechei a porta, as convenções sociais tornaram-se letra morta... Tivemos uma noite memorável com reiteradas fornicações, seguidas de orgasmos múltiplos! Como o amor é lindo! Estas noites memoráveis se repetiam quatro vezes por semana, até o fatídico dia que, para o meu grande desgosto, a Hortência foi atropelada pelo bonde conduzido pelo motorneiro que vivia com seu ex-marido e sua existência cessou de supetão.
Fiquei aniquilado e após providenciar o sepultamento dos seus despojos mortais no jazigo da minha família no sepulcrário da Consolação tornei-me um ébrio amargurado e solitário paulistano.
Ao tornar-me um ébrio amargurado e solitário paulistano os efeitos do pó de pirlimpimpim cessou...
Caloroso abraço! Saudações hortencianas!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento
Como meu apartamento ficava mais próximo do sobradinho que ela residia perguntei se ela queria ir ao meu apartamento. Ela aceitou, sem titubear, porque disse que sempre quis conhecer um dos apartamentos do magnífico Palacete Riachuelo e fomos flanando e sem que nos déssemos conta que já estávamos sob a égide do Cupido, que deu duas flechadas certeiras nos nossos solitários corações! Quando chegamos no apartamento, depois que fechei a porta, as convenções sociais tornaram-se letra morta... Tivemos uma noite memorável com reiteradas fornicações, seguidas de orgasmos múltiplos! Como o amor é lindo! Estas noites memoráveis se repetiam quatro vezes por semana, até o fatídico dia que, para o meu grande desgosto, a Hortência foi atropelada pelo bonde conduzido pelo motorneiro que vivia com seu ex-marido e sua existência cessou de supetão.
Fiquei aniquilado e após providenciar o sepultamento dos seus despojos mortais no jazigo da minha família no sepulcrário da Consolação tornei-me um ébrio amargurado e solitário paulistano.
Ao tornar-me um ébrio amargurado e solitário paulistano os efeitos do pó de pirlimpimpim cessou...
Caloroso abraço! Saudações hortencianas!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento
Lindíssimo e curioso este Palacete que p+or momentos me fez lembrar o Flatiron de Nova Iorque ! :)))
ResponderExcluirAbraço ! :))
.
Caro Amigo Rui Espírito Santo!
ResponderExcluirApesar da também suntuosa edificação de Nova Iorque ser mais alta e antiga realmente a semelhança é notável!
Caloroso abraço! Saudações arquitetônicas!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento
Caro Amigo João Paulo de Oliveira,
ResponderExcluirUm espaço que, para além da beleza, estimula a nossa imaginação.
Acabei ontem de ler O Jogo do Anjo de Carlos Ruiz Zafón.
E, porque a trama gira à volta de um palacete semelhante, lembrei-me logo do livro e fiz a associação do mesmo a estas imagens.
Que segredos têm aquelas paredes para contar?
Grande abraço!!
Caro Amigo Pedro Coimbra!
ResponderExcluirFolgo saber que estamos na mesma sintonia!
Caloroso abraço! Saudações divagadoras!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento