Aprecio sobremaneira esta película que o notável cineasta sueco Ingmar Bergman nos brindou nos idos anos de 1957, que tem como tema a morte. O enredo versa sobre um cavaleiro (Max Von Sydow), que depois dez anos, retorna das Cruzadas e encontra o país devastado pela peste negra. Sua fé em Deus é sensivelmente abalada e enquanto reflete sobre o significado da vida, a Morte (Bengt Ekerot) surge à sua frente querendo levá-lo, pois chegou sua hora. Com o escopo de ganhar tempo, convida-a para um jogo de xadrez que decidirá se ele parte com a Morte ou não. Tudo depende da sua vitória no jogo e a Morte concorda com o desafio, já que não perde nunca.
Sempre sinto frêmitos inefáveis, quando revejo esta inquietante película!!!...
Minha querida confrade e amiga Cristina Fonseca me enviou esta arguta crônica do Pedro Bial, que a seguir transcrevo, porque é bem pertinente para a película em foco, com o viés da contemporaneidade:
Morrer é ridículo
Você combinou de jantar com a namorada, está em pleno tratamento dentário,
tem planos pra semana que vem, precisa autenticar um documento em cartório,
colocar gasolina no carro e no meio da tarde morre. Como assim ?
E os e-mails que você ainda não abriu, o livro que ficou pela metade,
o telefonema que você prometeu dar à tardinha para um cliente ?
Não sei de onde tiraram esta idéia: morrer. A troco do quê ?
Você passou mais de 10 anos da sua vida dentro de um colégio
estudando fórmulas químicas que não serviriam pra nada, mas se manteve lá,
fez as provas, foi em frente. Praticou muita educação física, quase perdeu o fôlego,
mas não desistiu. Passou madrugadas sem dormir para estudar pro vestibular
mesmo sem ter certeza do que gostaria de fazer da vida,
cheio de dúvidas quanto à profissão escolhida, mas era hora de decidir,
então decidiu, e mais uma vez foi em frente…
De uma hora pra outra, tudo isso termina numa colisão na freeway,
numa artéria entupida, num disparo feito por um delinquente que gostou do seu tênis.
Qual é ? Morrer é um chiste. Obriga você a sair no melhor da festa
sem se despedir de ninguém, sem ter dançado com a garota mais linda,
sem ter tido tempo de ouvir outra vez sua música preferida.
Você deixou em casa suas camisas penduradas nos cabides, sua toalha úmida no varal,
e penduradas também algumas contas. Os outros vão ser obrigados a arrumar suas tralhas,
a mexer nas suas gavetas, a apagar as pistas que você deixou durante uma vida inteira.
Logo você, que sempre dizia: das minhas coisas cuido eu.
Que pegadinha macabra: você sai sem tomar café e talvez não almoce,
caminha por uma rua e talvez não chegue na próxima esquina,
começa a falar e talvez não conclua o que pretende dizer.
Não faz exames médicos, fuma dois maços por dia, bebe de tudo,
curte costelas gordas, mulheres e morre num sábado de manhã.
Se fizer check-up regular e não tem vícios, morre do mesmo jeito.
Isso é para ser levado a sério ? Tendo mais de cem anos de idade, vá lá,
o sono eterno pode ser bem-vindo. Já não há mesmo muito a fazer,
o corpo não acompanha a mente, e a mente também já rateia,
sem falar que há quase nada guardado nas gavetas. Ok… Hora de descansar em paz.
Mas antes de viver tudo, antes de viver até a rapa ? Não se faz.
Morrer cedo é uma transgressão, desfaz a ordem natural das coisas.
Morrer é um exagero.
E, como se sabe, o exagero é a matéria-prima das piadas.
Só que esta não tem graça.
Por isso, viva tudo que há para viver.
Não se apegue as coisas pequenas e inúteis da Vida…
Perdoe… sempre !!!
Pedro Bial
Max!!!!!!!!!... Traga meus sais centuplicado!!!!... Onde está a lambisgóia da Agrado?!... Valha-me, depravada Santa Efigênia dos Caracóis Desesperados!!!!...
Olá Meninoooooooooooooooooo.
ResponderExcluirEsta película o sétimo selo,se mostra um tanto instigante.
E,quanto ao texto de Pedro Bial,sem dúvida nos traz grandes reflexões,devemos fazer as coisas que sentimos vontade,mesmo que sejam,"bobas" aquele sorvete mesmo estando gripado,tomar aquela chuva após um dia estafante,visitar pessoas queridas,ler um livro de piadas,etc.
Eu por exemplo A D O R O esse cantinho,e quando não há tempo de vir espiar,parece que o dia ficou incompleto.
Beijosssssssssssssssssss.
ANA CÉLIA DE FREITAS.