Caros(as) confrades!
O dia 11 de janeiro de 2008 ficará em minha memória para sempre, porque foi o auspicioso e inesquecível dia que tive a prerrogativa de conhecer o Instituto João Simões Lopes Neto, localizado na hospitaleira, palpitante e culta cidade meridional de Pelotas-RS, mais precisamente na Rua D. Pedro II nº 810! Conheci o argutíssimo autor regionalista João Simões Lopes Neto, que tanto engrandeceu e engradece o pujante estado meridional do Rio Grande do Sul, graças ao meu dileto amigo Lucio Alves, que na ocasião trabalhava naquele singular espaço cultural, dedicado a preservar a memória de um autor, que nos deixa fascinado ao desvelar os usos e costumes pampeanos, na época que estávamos sob a égide do Império e tínhamos o deleite de sermos súditos do meu amado Imperador D. Pedro II !!!!!!!... Falando no nosso saudoso e amado Imperador D. Pedro II, no imperdível livro "Contos Gauchescos", de autoria de João Simões Lopes Neto, entre tantos contos supimpas, tem um que versa sobre a visita do notável Imperador às terras pampeanas e a concepção do estancieiro, que teve a honra de hospedá-lo, que pensava que Vossa Majestade somente se alimentava de doces!!!!...
Fiquei honradíssimo com a deferência que tive, porque a Presidente do Instituto João Simões Lopes Neto, a radiante e erudita Paula Mascarenhas, interrompeu as férias para receber-me de braços abertos no palpitante espaço cultural que preside!!!... Não posso deixar de registrar a acolhida calorosa que recebi da Bia Araujo, produtora cultural!!!... Meu querido amigo Lucio Alves foi meu cicerone durante a minha visita a cidade de Pelotas-RS e claro que também estava presente!!!... Atualmente o Lucio reside na circunspecta cidade de Curitiba-PR... Estas valorosas Simoneanas, habitantes da cidade do João Simões Lopes Neto, não medem esforços para divulgar e preservar a memória do escritor, tornando o Instituto um local propício para encontros, visitas monitoradas, mesas redondas... Com o escopo de apresentar o autor para as novas gerações!!!...
Nosso maltratado e fascinante mundo teve a prerrogativa, mais precisamente a cidade de Pelotas-RS, de ver chegar à luz João Simões Lopes Neto, no dia 9 de março de 1865 e a tristeza de vê-lo deixar de existir no dia 14/6/1916, vítima de uma úlcera perfurada. Além de escritor desempenhou outras atividades... Ele nos legou os livros:
Cacioneiro Guasca - 1910.
Contos Gauchescos - 1912.
Lendas do Sul - 1913.
Casa do Romualdo - 1914.
No ano letivo anterior, graças a preciosa intercessão do Lucio Alves, fiz um trabalho interdisciplinar com o livro "Contos Gauchescos"!!!!... Meus amados regidos daquele ano escreveram para o meu amigo Lucio, com seus recursos linguísticos, para externarem o que acharam da leitura do livro!!!... Eles e eu ficamos jubilosos quando o Lucio nos respondeu!!!... Não pedi para o Lucio, mas tenho certeza que ele dará anuência para ver a missiva enviada, publicada aqui, que a seguir transcrevo:
"Pelotas, 15 de setembro de 2007
Prezados Regidos do Professor João Paulo,
Venho escrever esta carta como forma de agradecer a presença e as carinhosas palavras que postaram na comunidade Simoneana. Estas palavras poderiam ser escritas de forma individual, através do orkut de cada um, o que não me seria nem um pouco trabalhoso, pelo contrário um grande prazer. No entanto, preferi utilizar a forma coletiva, pois assim agradeço não apenas aos que se manifestaram, mas também àqueles que por qualquer razão não tiveram oportunidade de visitar a comunidade. Outro motivo dessa minha escolha reside no exercício de um grande costume gaúcho – lá dos idos da Revolução Farroupilha – e que fez parte da infância de João Simões Lopes Neto, qual seja o de reunir pessoas em volta de um contador de histórias ou “Contador de Causos”, como se diz aqui no pampa. Portanto, faço questão de que essa mensagem seja lida para vocês pelo estimado professor João Paulo, assim como se o meu grande amigo professor estivesse encarnado nos grandes proseadores do Rio Grande: Blau Nunes e Juca Picumã, personagem do conto “Os Cabelos da China”. Ao redor desse contador de causos tenho certeza que estarão os argutos “vaqueanos da província de Diadema”.
Gostaria de transmitir a vocês, a imensa satisfação e emoção, não só da presidente do Instituto João Simões Lopes Neto, como também dos demais Simoneanos ao lerem suas carinhosas e inteligentes mensagens. Estão todos ansiosos em receber o material produzido por vocês, e já adianto, em primeira mão, que há rumores de se realizar uma exposição com os trabalhos de vocês, para que a população pelotense tome conhecimento das atividades e do carinho e interesse com que vocês receberam a obra de Simões.
Espero um dia visitar essa pujante cidade e conhecê-los pessoalmente, quem sabe até mesmo assistir uma aula do professor João Paulo, deve ser uma aula riquíssima; eu e minha amada Renata (a menina meridional e mais meridional ainda) sempre comentamos da sorte de vocês, em ter um professor tão disposto e preocupado com engrandecimento de seus regidos.
Muito bem, ainda fazendo uma brincadeira com os contadores de causo...Estou visualizando a leitura dessa mensagem: O campeiro João Paulo está com o chasque na mão, sentado à beira de um fogo de chão, onde assa um churrasco de costela gorda, que será servido aos seus Patrícios, após a leitura da mensagem de Lúcio - O Tropeiro. Ao redor estão os vaqueanos, regidos de JP. O valoroso Matheus, peão experimentado nas lidas do campo, é responsável pela roda de chimarrão; enquanto isso as prendas Yngrid, Alessandra, Tauane e Keyth se divertem jogando o Jogo do Osso, mas atentas ao relato do campeiro. De repente o vaqueano Lucas Gabriel, conhecido nos bolichos da cidade como bom cantador e tocador de viola, aparece montado no seu cavalo baio, tocando uma leva de eguada, que será manoteada no cair da tarde. A Búh Oliveira e a Evellyn, consideradas as prendas mais bonitas daquele rincão, estão meio matreiras, feito cusco em dia de assado, combinando uma bailanta, lá pros lados do Ibirapuera, onde a gaita toca sem parar a peonada dança até gastar a sola da bota.
Nesse meio tempo a Ariane, que está sempre atenta a tudo, corre no galpão a buscar mais água para o chimarrão, que passa ligeiro pelos vaqueanos, entusiasmados com o falar refinado do contador João Paulo.
E segue o causo...O contador fala aos vaqueanos, que Lúcio manda lhes dizer que pela idade deles, se morassem no sul e fossem gaúchos não seriam chamados de meninos ou meninas, mas sim de piazitos ou de piás...E que aquela “baguncinha” que devem fazer nas aulas do professor, hehehehee, seria chamada de Alaúza ou Atrolho.
Buenas, o campeiro João Paulo diz que Lúcio - O Tropeiro manda um abraço bem cinchado para todos e novamente envia os parabéns aos vaqueanos de Diadema, pelo belíssimo trabalho na “Tropeada Simoneana”. Agora Lúcio precisa sair chispando, pois sua prenda Renata (a menina meridional e mais meridional ainda) vem a galope, montada na sua égua Fumagueira e de faca na bota, pois parece que andaram dizendo que o tropeiro Lúcio andou dormindo no serviço e deixou as vacas e os bois fugirem campo afora...
Um abraço carinhoso para todos e Saudações Anita Malfattianas!
Até Breve!
Lúcio Xavier – O Tropeiro do Sul"
Venho escrever esta carta como forma de agradecer a presença e as carinhosas palavras que postaram na comunidade Simoneana. Estas palavras poderiam ser escritas de forma individual, através do orkut de cada um, o que não me seria nem um pouco trabalhoso, pelo contrário um grande prazer. No entanto, preferi utilizar a forma coletiva, pois assim agradeço não apenas aos que se manifestaram, mas também àqueles que por qualquer razão não tiveram oportunidade de visitar a comunidade. Outro motivo dessa minha escolha reside no exercício de um grande costume gaúcho – lá dos idos da Revolução Farroupilha – e que fez parte da infância de João Simões Lopes Neto, qual seja o de reunir pessoas em volta de um contador de histórias ou “Contador de Causos”, como se diz aqui no pampa. Portanto, faço questão de que essa mensagem seja lida para vocês pelo estimado professor João Paulo, assim como se o meu grande amigo professor estivesse encarnado nos grandes proseadores do Rio Grande: Blau Nunes e Juca Picumã, personagem do conto “Os Cabelos da China”. Ao redor desse contador de causos tenho certeza que estarão os argutos “vaqueanos da província de Diadema”.
Gostaria de transmitir a vocês, a imensa satisfação e emoção, não só da presidente do Instituto João Simões Lopes Neto, como também dos demais Simoneanos ao lerem suas carinhosas e inteligentes mensagens. Estão todos ansiosos em receber o material produzido por vocês, e já adianto, em primeira mão, que há rumores de se realizar uma exposição com os trabalhos de vocês, para que a população pelotense tome conhecimento das atividades e do carinho e interesse com que vocês receberam a obra de Simões.
Espero um dia visitar essa pujante cidade e conhecê-los pessoalmente, quem sabe até mesmo assistir uma aula do professor João Paulo, deve ser uma aula riquíssima; eu e minha amada Renata (a menina meridional e mais meridional ainda) sempre comentamos da sorte de vocês, em ter um professor tão disposto e preocupado com engrandecimento de seus regidos.
Muito bem, ainda fazendo uma brincadeira com os contadores de causo...Estou visualizando a leitura dessa mensagem: O campeiro João Paulo está com o chasque na mão, sentado à beira de um fogo de chão, onde assa um churrasco de costela gorda, que será servido aos seus Patrícios, após a leitura da mensagem de Lúcio - O Tropeiro. Ao redor estão os vaqueanos, regidos de JP. O valoroso Matheus, peão experimentado nas lidas do campo, é responsável pela roda de chimarrão; enquanto isso as prendas Yngrid, Alessandra, Tauane e Keyth se divertem jogando o Jogo do Osso, mas atentas ao relato do campeiro. De repente o vaqueano Lucas Gabriel, conhecido nos bolichos da cidade como bom cantador e tocador de viola, aparece montado no seu cavalo baio, tocando uma leva de eguada, que será manoteada no cair da tarde. A Búh Oliveira e a Evellyn, consideradas as prendas mais bonitas daquele rincão, estão meio matreiras, feito cusco em dia de assado, combinando uma bailanta, lá pros lados do Ibirapuera, onde a gaita toca sem parar a peonada dança até gastar a sola da bota.
Nesse meio tempo a Ariane, que está sempre atenta a tudo, corre no galpão a buscar mais água para o chimarrão, que passa ligeiro pelos vaqueanos, entusiasmados com o falar refinado do contador João Paulo.
E segue o causo...O contador fala aos vaqueanos, que Lúcio manda lhes dizer que pela idade deles, se morassem no sul e fossem gaúchos não seriam chamados de meninos ou meninas, mas sim de piazitos ou de piás...E que aquela “baguncinha” que devem fazer nas aulas do professor, hehehehee, seria chamada de Alaúza ou Atrolho.
Buenas, o campeiro João Paulo diz que Lúcio - O Tropeiro manda um abraço bem cinchado para todos e novamente envia os parabéns aos vaqueanos de Diadema, pelo belíssimo trabalho na “Tropeada Simoneana”. Agora Lúcio precisa sair chispando, pois sua prenda Renata (a menina meridional e mais meridional ainda) vem a galope, montada na sua égua Fumagueira e de faca na bota, pois parece que andaram dizendo que o tropeiro Lúcio andou dormindo no serviço e deixou as vacas e os bois fugirem campo afora...
Um abraço carinhoso para todos e Saudações Anita Malfattianas!
Até Breve!
Lúcio Xavier – O Tropeiro do Sul"
A seguir também aponto os vídeos das aulas alicerçadas nos imperdíveis "Contos Gauchescos"!!!...
Para assisti-los, basta clicar em cima do endereço do Youtube!!!...
Na ocasião providenciei para os pequeninos cópias do linguajar pampeano disponível no final do livro!!!...
Não vejo a hora de retornar a Pelotas-RS!!!!... Nesta nova visita não deixarei de visitar o jazigo, onde repousam os despojos mortais do grandioso escritor João Simões Lopes Neto!!!!...
Professor..
ResponderExcluirEste Brasil é rico de linguajares e gente erudita e talentosa.
O Rio Grande do Sul é celeiro de muitos e bons brasileiros que dignificam sua terra.
Uma delicia ler essa carta do Sr. Lucio Xavier à gurizada da escola onde o senhor leciona. Sem dúvida uma bela prenda que merece destaque!
forte abraço.
Professor, a Nívia já havia me falado desse livro "Contos Gauchescos". Tenho muita vontade de lê-lo.
ResponderExcluirAbraços
João
Caro amiga Cristina Fonseca!
ResponderExcluirVocê tem toda razão, porque nossa amiga Nivia Andres e o meu amigo Lucio Alves, atestam como os habitantes do pujante Estado do Rio Grande do Sul são brasileiros cônscios dos seus direitos e deveres, que dignificam a República Federativa do Brasil!!!...
Você viu como o Lucio é um escritor supimpa?!...
Caloroso abraço! Saudações Simoneanas!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Diadema-SP
Caro amigo João!
ResponderExcluirSe você quiser posso emprestar o livro para você!!!...
Caloroso abraço! Saudações Simoneanas!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Diadema-SP