Caros confrades/passageiros sem véus e com véus.
O dia em curso foi memorável e memorialista, porque fui com a minha amada esposa, a Alice, visitar os jazigos de nossa família, localizados no Sepulcrário de Vila Euclides, que fica na cidade vizinha "batateira", digo, de São Bernardo do Campo.
Decidimos ir de troleibus para evitar dificuldades de estacionamento nas imediações do "campo santo", como dizia minha saudosa mãe, a Sra. Matilde Pinheiro de Oliveira (1923-2008).
Saimos da nossa morada por volta das 11h15 e pretendíamos estar de volta, ao aconchego do nosso lar, até no máximo às 13h30. Isto posto, não almoçamos antes de sair.
Quando adentramos no recinto sepulcral fomos calorosamente recebidos pelos nossos amigos Iran Miudinho, Iris Oliveira Da Silva Souza, Danilo Ricardo Oliveira, Jose Rodrigues De Souza, Clodomir SantosJoão Antonio Dos Santos, que são zelosos, tarimbados e eficientes funcionários, que atendem com urbanidade, respeito e celeridade os familiares dos defuntos.
Ficou muito imponente a homenagem que o Iran fez para o seu saudoso genitor, o meu saudoso amigo, Sr.José Maria.
Depois da calorosa recepção começamos o flâner sepulcral. Visita daqui, visita dali eis que de repente me deparo com dois senhores outonais em frente do requintado Mausoléu da ilustre familía "batateira" dos Romanos. Como o Mausoléu foi um dos que sofreram a ação deletéria e ilicíta dos asseclas dos irmãos Metralhas, orientei o Sr. João (soube o nome depois) a registrar Boletim de Ocorrência. O Sr. João mantinha um animado colóquio com um senhor, que para meu grande gozo descobri que somos primos distantes (minha tia bisavó materna, a Sra. Isabel Monteiro era sua bisavó paterna.
Minha saudosa avó materna, a Sra. Belmira Pedroso (1900-1985), sempre falava da sua tia Isabel, que era casada com o Sr. Juca Escudeiro, um "batateiro", muito conceituado na Vila, mas muito excêntrico, porque costumava alugar um vagão inteiro de um trem da extinta São Paul Raylway para ir e voltar de Santos sozinho, bem como gostava de fazer cigarro de palha enrolado numa cédula, somente para se exibir. Os beatos zelosos, do seu tempo de vivência, diziam que ele tinha pacto com o diabo, porque era Maçon. A história do trem e da cédula consta do livro da lavra do meu saudoso e querido amigo Wanderley dos Santos (1951-1996), Antecedentes Históricos do ABC Paulista,editado pela municipalidade são-bernardense. Finalmente conheci um Escudeiro, o Olívio Escueiro, que é arquiteto aposentado da Prefeitura Municipal de São Bernardo do Campo.
Também encontramos as minhas primas distante Dirce e Nair. A Nair não quis ser retratada...
Fiquei em estado de deleite inefável com o agradável colóquio memorialista que mantivemos, bem como emocionado e meus outonais olhos ficaram em água quando ele dizia - com entusiasmo - o grande apreço que tinha e tem por meus entes queridos, das famílias Monteiro de Oliveira e Pedroso de Oliveira. Graças a ele descobri mais três jazigos da minha família, um deles em estado de abandono, e fizemos a "via sacra" em todos. Com o acréscimo dos jazigos que desconhecia, sei agora que os despojos mortais dos meus ascendentes estão depositados em 21 jazigos. Agora sim, que meu querido amigo/irmão temporão Jorge Magyar, dirá em alto e bom som que sou latifundiário sepulcral. Também descobri que o Olívio Escudeiro é amigo do Jorge Jacobine e residem no mesmo condomínio.
Em nome de gerenciador mor do Centro de Documentação e Pesquisa vinculado a Secretaria de Cultura da Prefeitura de São Bernardo do Campo, convidei meu primo distante para ser um dos felizardos partícipes da Roda Conversas de Memórias que ocorre sempre nas últimas quartas-feiras do mês, das 14h00 às 16h30. O Olívio me disse que o Jorge Jacobine já o tinha convidado e agora reiterei o convite.
Quando estava me preparando para sair, por volta das 14 horas, para minha grande alegria, vejo...
Querem saber quem eu vi? Antes 39 segundos de reclame:
Eram as minhas queridas irmãs Dirce Zaqueu e Maria Inês e o meu cunhado Adélio, que minha saudosa mãe chamava de "mondrongo".
Claro que o flâner sepulcral começou novamente. Agradeço sobremaneira minha querida amiga Iris Oliveira Da Silva Souza, que me deu um pacote de bolachas, porque a hora do almoço já passara.
Foi muito reconfortante rever meus entes queridos, bem como trazer à baila a memória daqueles que já foram, como dizia minha saudosa mãe, que também dizia:
- Não presta falar em quem já foi.
Ainda que eu sou o 6º bebezinho desobediente da Dona Matilide.
Por conta deste longo flâner sepulcral cheguei em casa às 16h30.
Amados entes queridos que foram para o nada, bem como aqueles que estão entre nós: Sempre, os amei, amo, e amarei.
Caloroso abraço. Saudações memorialistas/sepulcrais.
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver sem véus, sem ranços, com muita imaginação e com muito gozo,
2 de Novembro também é Dia de Finados em Macau.
ResponderExcluirEm Portugal é no dia 1.
Aquele abraço, boa semana