Caros amigos sem véus e com véus.
Meu telefone portátil vibrou.
Preciso dizer quem era?
Claro que era a minha amiga, a Dona Miquelina Pinto Pacca. (huhummm)
Ela disse que no período vespertino, do dia em curso foi, na companhia da sua prestimosa copeira Hermenegilda, à cartomante mexicana, Dolores do Rego Cansanção, que atende numa quitinete localizado no 20º andar de um edifício decadente lá no bairro paulistano do Glicério.
Quando a do Rego deitou as cartas que, segundo ela, não mentem jamais, arregalou seus sedutores olhos verdes, que mais parecem dois faróis bettedavisianos, deu três gritinhos e disse:
Seu amigo, o aloprado Professor Tierneyano, apesar da visita de médico que fez ao reino distante além-mar, no mês passado, na companhia do seu dileto amigo Roberto Nunes Vieira, deixou encantados seus cicerones e teve tratamento VIP e uma grande surpresa na organizadíssima Escola Pública de Gondomar, onde lecionam suas sobrinhas Stela Trigo e Xana Saraiva e o professor tierneyano e seu amigo foram levados à escola pelo seu Padrinho Mor Rui Espírito Santo.
Quando a cartomante mexicana disse o nome da minha segunda sobrinha, a Xana, deu mais três gritinhos, ficou arrepiadíssima dos pés à cabeça e disse:
A Xana é uma alma próxima a atingir à luz, porque teve incontáveis vidas, incluindo aquelas do tempo que era uma mulher Neanterdal, que nas centenas de vidas que teve, quando era da espécie Neanterdal, sempre teve a sua disposição muitos machos que ela dominava e fazia deles gato e sapato. Era dela sempre o melhor pedaço de carne do tigre dente de sabre.
Como foram incontáveis vidas da Xana, a do Rego resolveu deitar outra carta que trouxe à baila duas vidas que ela teve no Brasil Imperial e no Brasil República, quando era a Luisa Margarida de Barros Portugal (1816-1891), mais conhecida como Condessa de Barral, que foi a grande paixão do Imperador Dom Pedro II (1825-1891).
A Condessa de Barral era uma próspera Senhora de Engenho no Recôncavo Baiano, cultíssima, falava e escrevia com fluência o idioma francês.
Na vida seguinte, a da Condessa de Barral, ela foi uma cafetina, a Vivaldina dos Prazeres do Rego (1895-1943), muito temida e respeitada no bairro carioca da Lapa , onde era dona do bordel “As Mariposas”, muito frequentado por políticos, magistrados, padres, policiais, maridos sedentos de sexo além da posição “papai, mamãe”, marinheiros e pederastas ou, como dizem no reino distante além-mar, paneleiros, que ali iam para fazer hora com as rameiras e pagar dobrado o suposto programa para que no seu meio social ninguém soubesse quais eram de fato suas predileções sexuais.
A Vivaldina tinha uma legião de admiradores que disputavam a tapa permanecer 1h30 na sua perfumada cama, que tinha lençóis confeccionados pelas irmãzinhas do Convento das Redentoras Humilhadas.
Infelizmente na fatídica terça feira gorda do carnaval de 1943 sua existência cessou, após longo sofrimento advindos da sífilis, tuberculose, cirrose, gonorreia crônica, câncer no pulmão, que contraiu por conta da periculosidade do mais antigo ofício do mundo que exercia.
Os despojos mortais desta vida passada da Xana Saraiva jazem numa fria lápide do Sepulcrário São João Batista.
A ligação foi interrompida de supetão.
Caloroso abraço. Saudações vividas.
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver sem véus e se ranços.
Meu telefone portátil vibrou.
Preciso dizer quem era?
Claro que era a minha amiga, a Dona Miquelina Pinto Pacca. (huhummm)
Ela disse que no período vespertino, do dia em curso foi, na companhia da sua prestimosa copeira Hermenegilda, à cartomante mexicana, Dolores do Rego Cansanção, que atende numa quitinete localizado no 20º andar de um edifício decadente lá no bairro paulistano do Glicério.
Quando a do Rego deitou as cartas que, segundo ela, não mentem jamais, arregalou seus sedutores olhos verdes, que mais parecem dois faróis bettedavisianos, deu três gritinhos e disse:
Seu amigo, o aloprado Professor Tierneyano, apesar da visita de médico que fez ao reino distante além-mar, no mês passado, na companhia do seu dileto amigo Roberto Nunes Vieira, deixou encantados seus cicerones e teve tratamento VIP e uma grande surpresa na organizadíssima Escola Pública de Gondomar, onde lecionam suas sobrinhas Stela Trigo e Xana Saraiva e o professor tierneyano e seu amigo foram levados à escola pelo seu Padrinho Mor Rui Espírito Santo.
Quando a cartomante mexicana disse o nome da minha segunda sobrinha, a Xana, deu mais três gritinhos, ficou arrepiadíssima dos pés à cabeça e disse:
A Xana é uma alma próxima a atingir à luz, porque teve incontáveis vidas, incluindo aquelas do tempo que era uma mulher Neanterdal, que nas centenas de vidas que teve, quando era da espécie Neanterdal, sempre teve a sua disposição muitos machos que ela dominava e fazia deles gato e sapato. Era dela sempre o melhor pedaço de carne do tigre dente de sabre.
Como foram incontáveis vidas da Xana, a do Rego resolveu deitar outra carta que trouxe à baila duas vidas que ela teve no Brasil Imperial e no Brasil República, quando era a Luisa Margarida de Barros Portugal (1816-1891), mais conhecida como Condessa de Barral, que foi a grande paixão do Imperador Dom Pedro II (1825-1891).
A Condessa de Barral era uma próspera Senhora de Engenho no Recôncavo Baiano, cultíssima, falava e escrevia com fluência o idioma francês.
Na vida seguinte, a da Condessa de Barral, ela foi uma cafetina, a Vivaldina dos Prazeres do Rego (1895-1943), muito temida e respeitada no bairro carioca da Lapa , onde era dona do bordel “As Mariposas”, muito frequentado por políticos, magistrados, padres, policiais, maridos sedentos de sexo além da posição “papai, mamãe”, marinheiros e pederastas ou, como dizem no reino distante além-mar, paneleiros, que ali iam para fazer hora com as rameiras e pagar dobrado o suposto programa para que no seu meio social ninguém soubesse quais eram de fato suas predileções sexuais.
A Vivaldina tinha uma legião de admiradores que disputavam a tapa permanecer 1h30 na sua perfumada cama, que tinha lençóis confeccionados pelas irmãzinhas do Convento das Redentoras Humilhadas.
Infelizmente na fatídica terça feira gorda do carnaval de 1943 sua existência cessou, após longo sofrimento advindos da sífilis, tuberculose, cirrose, gonorreia crônica, câncer no pulmão, que contraiu por conta da periculosidade do mais antigo ofício do mundo que exercia.
Os despojos mortais desta vida passada da Xana Saraiva jazem numa fria lápide do Sepulcrário São João Batista.
A ligação foi interrompida de supetão.
Caloroso abraço. Saudações vividas.
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver sem véus e se ranços.
PS - Divagações à parte, jamais esquecerei o empenho da Stela e da Xana, que tiveram o apoio da diretora, da bibliotecária e do Coordenador Pedagógico Pedro, da Escola Pública de Gondomar, para que a tertúlia sobre Variações Linguísticas fosse um fato.
O que se devem ter divertido nessa tertúlia!!! :))
ResponderExcluirAquele abraço, votos de bfds
Caro Amigo Pedro Coimbra.
ResponderExcluirAlém de divertido foi enriquecedor conhecer meus parceiros de ofícios do reino distante além-mar, bem como interessados regidos.
Caloroso abraço. Saudações pedagógicas.
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver sem véus e sem ranços.
Caro Sr Oliveira.
ResponderExcluirBom dia.
A dignidade da pessoa humana humana deve ser respeitada e preservada quando se citam pessoas ou individualidades.
A publicação de fotos em certas poses mais intimistas é um abuso de confiança inqualificável.
Se quiser exponha-se a si próprio nos registos que entender!
Apelando até elegância e envolvência caricaturada da sua pose
Faça o favor de retirar qualquer menção a pessoas suficientemente sérias nestes meandros que podem suscitar duvidas a quem não conhece as referidas pessoas! A devassa deveria ser punida!
E o desrespeito também.
O devaneio literário deve ser reservado a personagens fictícias ou caso haja citações ou links reais, se façam mediante prévia autorização pessoal para as referidas publicações!
Mas viva na ilusão.
A contribuição para o enriquecimento literário é importante mas desta forma parece-me demasiadamente pérfido!
Jacinto Torres
Portugal