Caros confradespassageiross!
Considero este Atestado de Idoneidade Moral, que encontrei nos meus pertences do tempo que estávamos no auge dos anos de chumbo, revelante à memória regional, porque me trás reminiscências do tempo que eu estava no auge da idade primaveril e, por um período de quase um ano, exerci o ofício de Escriturário na secretaria da Faculdade e tinha como função cuidar da vida estudantil e atender os alunos matriculados no curso de Ciências Sociais. Uma das minhas funções, no início do ano letivo, era datilografar com quatro ou cinco cópias (claro que usava o papel carbono e se errasse tinha que começar tudo de novo) listas para serem enviadas ao DEOPS. Lembro de uma aluna matriculado no curso, que tinha jeito de "hippie", que os funcionários da secretaria diziam que era espiã do DEOPS.
O secretário o Sr. Walter Coral, já falecido, era obeso e sempre estava rubro. O diretor, Antonio de Souza Teixeira Junior, era muito cordial e tratava a todos com urbanidade e respeito. O vice diretor, que não lembro o nome, era muito atencioso e requisitava sempre a minha presença para ler em voz alta os textos que ele escrevia e, se necessário fazia as devidas correções na cópia que ele estava a revisar. Nesta época não existia a Avenida Lions...
Também nesta época estavam em pleno funcionamento os inesquecíveis cinemas: Carlos Gomes, Tangará, Tamoyo, Studio Center, acho que também o Santo André. O Tieatro Municipal de Santo André, inaugurado no início da década de 70, deixava os felizardos espectadores encantados e nem piscavam ao assistirem as imperdíveis e inesquecíveis peças, como por exemplo, não em ordem de apresentação: A Guerra do Cansa Cavalo, Mirandolina, Cidade Assassinada, Gemini, Casa de Bonecas, Bent, Mumú, a Vaca Metafísica, Sonho de uma noite de verão, O Homem de La Mancha, Caroliano,m Equus e tantas outras, que me deixavam propenso a:
- refletir.
- rir.
- chorar.
- ficar inquieto.
- me sentir feliz.
- a questionar as atribuições e atribulações do cotidano.
Enfim, possibilitaram que eu estivesse sempre disposto a aprender a aprender e, principalmente, ter outros vieses para o meu modo de vida.
Lembro, como se fosse hoje, que sai atordoado e sem chão do Cine Belas, depois da exibição da imperdível e inesquecível película "Violência e ", dirigida pelos notável e inesquecível cineasta Luchino Visconti (1906-1976). Quando lembro do personagem do professor, brilhantemente personificado, pelo tarimbado e talentoso ator Burt Lancaster (1913-1994), fico com um nó da garganta, porque a solidão que atormentava o professor era atroz... A cena final é de tirar o fôlego...
Também foi no início da década de 70, que foi inaugurada a Avenida Perimetral, que mudou a paisagem urbana andreense.
Nesta época, se minha combalida memória não falha, ainda existia as porteiras da Estação de Santo André (com todo respeito que tenho pelo meu conterrâneo, o saudoso Prefeito Celso Daniel, ainda não acostumei a chamar a Estação que foi renomeada com o nome do erudito e carismático político, que teve sua existência interrompida de supetão por asseclas dos irmãos Metralhas, até agora impunes...), Lembro com muitas saudades do alarido que as porteiras faziam ao abrirem e fecharem, e separavam a minha cidade de nascença em duas partes, o lado de cá (o meu) e o lado de lá da linha, onde residem os meus queridos amigos Jorge Magyar e Kiusam de Oliveira. Saudades dos imponentes trens de subúrbio, que eram prateados.
A lambisgoia da Agrado, aquela mexeriqueira mor que tudo sabe e tudo vê, disse que os leitores destas reminiscências estão a bocejar de tanto tédio ao ler as reminiscências de um professor aloprado e sugeriu que eu pare de arreliá-los.
Esta língua de fogo não me dá sossego.
Caloroso abraço! Saudações andreenses/guarujaenses/diademenses!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver sem véus!
Considero este Atestado de Idoneidade Moral, que encontrei nos meus pertences do tempo que estávamos no auge dos anos de chumbo, revelante à memória regional, porque me trás reminiscências do tempo que eu estava no auge da idade primaveril e, por um período de quase um ano, exerci o ofício de Escriturário na secretaria da Faculdade e tinha como função cuidar da vida estudantil e atender os alunos matriculados no curso de Ciências Sociais. Uma das minhas funções, no início do ano letivo, era datilografar com quatro ou cinco cópias (claro que usava o papel carbono e se errasse tinha que começar tudo de novo) listas para serem enviadas ao DEOPS. Lembro de uma aluna matriculado no curso, que tinha jeito de "hippie", que os funcionários da secretaria diziam que era espiã do DEOPS.
O secretário o Sr. Walter Coral, já falecido, era obeso e sempre estava rubro. O diretor, Antonio de Souza Teixeira Junior, era muito cordial e tratava a todos com urbanidade e respeito. O vice diretor, que não lembro o nome, era muito atencioso e requisitava sempre a minha presença para ler em voz alta os textos que ele escrevia e, se necessário fazia as devidas correções na cópia que ele estava a revisar. Nesta época não existia a Avenida Lions...
Também nesta época estavam em pleno funcionamento os inesquecíveis cinemas: Carlos Gomes, Tangará, Tamoyo, Studio Center, acho que também o Santo André. O Tieatro Municipal de Santo André, inaugurado no início da década de 70, deixava os felizardos espectadores encantados e nem piscavam ao assistirem as imperdíveis e inesquecíveis peças, como por exemplo, não em ordem de apresentação: A Guerra do Cansa Cavalo, Mirandolina, Cidade Assassinada, Gemini, Casa de Bonecas, Bent, Mumú, a Vaca Metafísica, Sonho de uma noite de verão, O Homem de La Mancha, Caroliano,m Equus e tantas outras, que me deixavam propenso a:
- refletir.
- rir.
- chorar.
- ficar inquieto.
- me sentir feliz.
- a questionar as atribuições e atribulações do cotidano.
Enfim, possibilitaram que eu estivesse sempre disposto a aprender a aprender e, principalmente, ter outros vieses para o meu modo de vida.
Lembro, como se fosse hoje, que sai atordoado e sem chão do Cine Belas, depois da exibição da imperdível e inesquecível película "Violência e ", dirigida pelos notável e inesquecível cineasta Luchino Visconti (1906-1976). Quando lembro do personagem do professor, brilhantemente personificado, pelo tarimbado e talentoso ator Burt Lancaster (1913-1994), fico com um nó da garganta, porque a solidão que atormentava o professor era atroz... A cena final é de tirar o fôlego...
Também foi no início da década de 70, que foi inaugurada a Avenida Perimetral, que mudou a paisagem urbana andreense.
Nesta época, se minha combalida memória não falha, ainda existia as porteiras da Estação de Santo André (com todo respeito que tenho pelo meu conterrâneo, o saudoso Prefeito Celso Daniel, ainda não acostumei a chamar a Estação que foi renomeada com o nome do erudito e carismático político, que teve sua existência interrompida de supetão por asseclas dos irmãos Metralhas, até agora impunes...), Lembro com muitas saudades do alarido que as porteiras faziam ao abrirem e fecharem, e separavam a minha cidade de nascença em duas partes, o lado de cá (o meu) e o lado de lá da linha, onde residem os meus queridos amigos Jorge Magyar e Kiusam de Oliveira. Saudades dos imponentes trens de subúrbio, que eram prateados.
A lambisgoia da Agrado, aquela mexeriqueira mor que tudo sabe e tudo vê, disse que os leitores destas reminiscências estão a bocejar de tanto tédio ao ler as reminiscências de um professor aloprado e sugeriu que eu pare de arreliá-los.
Esta língua de fogo não me dá sossego.
Caloroso abraço! Saudações andreenses/guarujaenses/diademenses!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver sem véus!
Recordações de um passado que fica sempre presente, Amigo João Paulo de Oliveira?
ResponderExcluirGrande abraço
Caro Amigo Pedro Coimbra!
ResponderExcluirSão reminiscências que me deixam enternecido.
Caloroso abraço! Saudações saudosas!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver!