Neste sepulcrário repousam os despojos mortais dos meus saudosos entes queridos. Apresento-lhes o jazigo, onde estão sepultados meu bisavó paterno, um tio da minha mulher e meus adorados e saudosos pais. Desde pequenino sempre gostei de visitar este sepulcrário. Nesta época, no dia de finados, me deleitava saboreando sorvete da Kibom, comprado pelo meu adorado e saudoso pai, num caminhão amarelo. Depois íamos às casas da minha avó Maria e da minha diletíssima tia Noêmia, respectivamente nas proximidades do KM 18 da Via Anchieta e Piraporinha!!!!!... Fiquei responsável em cuidar deste jazigo... Ele tem três gavetas de cada lado e dois ossários. Fico a divagar em qual das gavetas ficarão meus despojos mortais... Minha adorada e saudosa mãe, quando estava entre nós, sempre me admoestava quando eu falava de entes queridos falecidos, sob a alegação que não devemos pertubar os mortos. Ela ficava exasperada e temerosa, quando chegava para visitá-la e dizia: - Ó mãe, o pai, o tio Floriano, o tio Ecelêncio, a avó Belmira, o avô Júlio, a tia Francisca, a tia Palmira, lhe mandaram lembranças (nenhum deles viventes...). Estas fotografias captaram e eternizaram uma das minhas visitas ao cemitério da Vila Euclides, no período que estava no transe doloroso por conta do falecimento da minha adorada e saudosa mãe, ocorrido no fatídico dia 24/10/2008. Que tristeza profunda me dá, ao me deparar com a dura realidade que nunca mais a verei, bem como meu adorado e saudoso pai. Dois dias depois do desaparecimento da minha amada mãe, escrevi comunicando seu óbito, para atenuar a dor que sentia, que a seguir transcrevo:
Diadema, 26 de outubro de 2008.
Profundamente consternado comunico o falecimento da minha adorada e saudosa mãe, a Sra. Matilde Pinheiro de Oliveira, ocorrido no fatídico dia 24/10/2008...
Ela veio à luz no dia 14/03/1923, no bairro paulistano de Santana, onde moravam meus avós maternos Júlio Xavier Pinheiro e Belmira Pedroso Pinheiro, que ficaram jubilosos com o nascimento da sua primeira filha!!!... Mas quando ela tinha um ano de idade, meus avós fugiram apavorados da capital paulista por causa da Revolução, que ceifou muitas vidas de cidadãos paulistanos, refugiando-se no sítio do pai da minha avó materna, Sr. Antônio Manoel Pedroso, no atual município de São Bernardo do Campo-SP. Terminado o período belicoso paulistano, meus avôs maternos não retornaram ao bairro de Santana, porque continuaram a morar no sítio do meu bisavô materno, onde ela viveu até a adolescência, mudando-se a seguir, com os pais e mais três irmãos, para Santo André-SP. Tempos depois, mais precisamente no dia 4/12/1941, contraiu matrimônio com meu adorado e saudoso pai ( meus pais eram primos em 4º grau), que foi extinto no também fatídico dia 09/08/1997. Eles tiveram 7 filhos (o primeiro foi extinto após 4 horas de existência, no dia 18/11/1942). A Sra. Matilde sempre se dedicou com amor, zelo e presteza a sua numerosa prole, que era provida com o labor de chauffer do meu pai, no antigo Ponto de Táxi do Cine Carlos Gomes, em Santo André-SP, telefone: 44-31-06 (será que se eu ligar ele me atende?!...) Além deste reles e desolado escrevinhador outonal, minha adorada e saudosa mãe deixou mais 5 filhos, 13 netos e 9 bisnetos desamparados e aniquilados... Após a extinção do meu adorado e saudoso pai, o estado de saúde da minha adorada e saudosa mãe começou a ficar combalido. Ultimamente ela se locomovia com ajuda, mesmo assim com muita dificuldade, precisando da assistência, da minha valorosa e prestimosa irmã Maria Inês para todas as situações do cotidiano. Na manhã do fatídico dia da sua extinção começou a revirar os olhos, minha irmã apavorada chamou o SAMU andreense , que prontamente a levou ao Pronto Socorro da Vila Luzita, chegando sem vida. Após os trâmites no IML (que horror...), que foram ágeis e prestativos, seu corpo foi traslado para o Cemitério da Vila Euclides, no município de São Bernardo do Campo - SP, onde foi velado e sepultado no dia findo. É insuportável pensar que o corpo da minha adorada e saudosa mãe está se decompondo no silêncio sepulcral da 2ª gaveta à direita, do jazigo 53, no Sepulcrário da Irmandade do Santíssimo, que fica no Sepulcrário da Vila Euclides, que fica na Avenida Redenção, que fica no Jardim do Mar, que fica no município de São Bernardo do Campo - SP, que fica na Região do Grande ABC, que fica na Grande São Paulo, que fica no Estado de São Paulo, que fica na Região Sudeste, que fica no país chamado Brasil, que tem a maior parte do seu território no Hemisfério Sul, que fica na América do Sul, que fica no Continente Americano, que fica no planêta digo planeta Terra, que fica no Sistema Solar, que fica na galáxia da Via Láctea, que fica no grupo de galáxias local, que é uma da bilhões de galáxias, que ficam no Universo, que pode ser um dos incontáveis Multiversos!...
Por que há existência, quando poderia não haver nada?!!!...
Nunca mais ouvirei da minha saudosa e adorada mãe: - Oi João você está bom?!...
- Cuidado na rua por causa da ladroagem!!!... - Se você não estudar, quando crescer vai puxar carroça!!... - Não saia sem blusa, por causa da friagem!!!... - Jamais tome banho, após o almoço!!!... - Não volte tarde!... - Onde você vai e com quem?!... - Já rezou para dormir?!!!... - Deus te abençoe!... - Vá com Deus!... - Você precisa ter uma religião!... - Não me conformo de você ter ficado ateu!!!!... - Vá lavar as mãos antes de comer!... - Venha cá seu menino malcriado levar umas cintadas!... - Eu já lhe falei, nunca mais faça isto, quem mandou prender o gato no armário da pia e colocar fogo!... - Pare de ficar girando o botão da máquina de lavar roupas!... Minha vida tornou-se insulsa sem a presença radiante da minha adorada e saudosa mãe!!!!!!!!!!!... Volte mãe, volte!!!!!!!!!!!!...
Compungidamente...
João Paulo de Oliveira
Como é dolorido ser órfão de pai e mãe... Quando eu era pequenino, me sentia seguro e confortável ao lado dos meus adorados e saudosos pais!!!!... Por que há existência quando poderia não haver nada?!...
Boa noite meu amigo...
ResponderExcluirSei exatamente como se sente,é um vazio enorma,e não sei o motivo,mas tem dia que a dor é maior,parece que não vamos suportá-la,perdi meu pai com apenas 6 aninhos,mas lembro dele como se tivesse visto ontem,o que é a memória,hein!
A minha amada mãe perdi há 6 anos,é uma dura realidade.Ela é exatamente como você relatou a sua mãe,cheia de cuidados,mas sempre enérgica,mas muito amável,criou 10 filhos sozinha,uma guerreira.
Amei seu relato,dá para sentir a essência dessas pessoas insubstituíveis.
Abraçossssssssssssssssss.
Ana Célia de Freitas.Franca/SP.