Divagações de um reles escrevinhador outonal, insulso professorizinho
primário e coordenador pedagógico aposentado, que continua a espera de
Godot.
Quarteto carpideirano
A Maria Cristina Fonseca
( a 1ª retratada da esquerda para a direita e suas irmãs) - numa vida
passada no 2º Império - exercia o ofício de carpideira, juntamente com
suas irmãs, a Marilia Sirolli, Juju Ferreira e Neusa Saran da Silva e veneravam sobremaneira o Imperador Dom Pedro II (1825-1891).
Entre tantos funerais, elas foram contratadas para cumprirem seu ofício lacrimoso no funeral da nobilíssima paulistana Domitília de Castro Canto e Melo (1797-1867), mais conhecida como Marquesa de Santos, e os partícipes do cortejo fúnebre, até o Sepulcrário da Consolação, ficaram mais desolados ainda ao ouvirem os gritos lancinantes e choro convulsivo das tarimbadas carpideiras. Elas moravam na segunda quadra da rua São João e pertenciam a Irmandade das Filhas de Maria, da Igreja de Santa Iphigênia. Quando não estavam exercendo o ofício lacrimoso, depois da Santa Missa dominical das 7h00, elas flanavam no Jardim Público da Luz e sentiam frêmitos inefáveis ao ouvirem o apito da locomotiva da recém inaugurada ferrovia São Paulo Railway, ao sair da Estação da Luz com destino a Santos ou então na chegada - do mesmo destino - na Estação da Luz. Os flâners, no Parque Público da Luz e na Estação da Luz, eram os locais que elas discretamente tiravam linhas com os cavalheiros, mas com muito decoro. Elas também foram contratadas para o funeral do nobilíssimo abolicionista Luis Gama (1830-1882). A multidão que acompanhou o cortejo fúnebre até o Sepulcrário da Consolação, do sapiente e destemido abolicionista, não cansava de comentar - depois do funeral - o desempenho inigualável do Quarteto Carpideirano.
A existência destas talentosas profissionais do choro terminou de supetão de maneira trágica, porque elas foram calcinadas num incontrolável incêndio enquanto elas estavam sob a égide de Morpheu no local de suas moradas, na Rua João, ocasionado por uma vela que deixaram acesa.
Os restos mortais calcinados do Quarteto Carpiderano foram sepultados no Sepulcrário da Consolação e, por ironia do destino, sem nenhuma carpideira a chorar copiosamente a triste sina que foram vítimas.
Saudações sepulcrais.
Entre tantos funerais, elas foram contratadas para cumprirem seu ofício lacrimoso no funeral da nobilíssima paulistana Domitília de Castro Canto e Melo (1797-1867), mais conhecida como Marquesa de Santos, e os partícipes do cortejo fúnebre, até o Sepulcrário da Consolação, ficaram mais desolados ainda ao ouvirem os gritos lancinantes e choro convulsivo das tarimbadas carpideiras. Elas moravam na segunda quadra da rua São João e pertenciam a Irmandade das Filhas de Maria, da Igreja de Santa Iphigênia. Quando não estavam exercendo o ofício lacrimoso, depois da Santa Missa dominical das 7h00, elas flanavam no Jardim Público da Luz e sentiam frêmitos inefáveis ao ouvirem o apito da locomotiva da recém inaugurada ferrovia São Paulo Railway, ao sair da Estação da Luz com destino a Santos ou então na chegada - do mesmo destino - na Estação da Luz. Os flâners, no Parque Público da Luz e na Estação da Luz, eram os locais que elas discretamente tiravam linhas com os cavalheiros, mas com muito decoro. Elas também foram contratadas para o funeral do nobilíssimo abolicionista Luis Gama (1830-1882). A multidão que acompanhou o cortejo fúnebre até o Sepulcrário da Consolação, do sapiente e destemido abolicionista, não cansava de comentar - depois do funeral - o desempenho inigualável do Quarteto Carpideirano.
A existência destas talentosas profissionais do choro terminou de supetão de maneira trágica, porque elas foram calcinadas num incontrolável incêndio enquanto elas estavam sob a égide de Morpheu no local de suas moradas, na Rua João, ocasionado por uma vela que deixaram acesa.
Os restos mortais calcinados do Quarteto Carpiderano foram sepultados no Sepulcrário da Consolação e, por ironia do destino, sem nenhuma carpideira a chorar copiosamente a triste sina que foram vítimas.
Saudações sepulcrais.
ResponderExcluirNunca entendi este ofício das carpideiras.
Felizmente já entrou em desuso.
Beijinhos sem choradeiras
(^^)
Não imagina o quanto me irritam as famosas carpideiras.
ResponderExcluirUm amigo meu, precocemente desaparecido num acidente brutal, pôs uma na rua no funeral da sogra.
Aquele abraço