Maria Rosa Garcia Crassi

Caros confrades/passageiros.

Epístolas Paulianas

Conversando com minha inesquecível amiga e parceira de ofício Maria Rosa Garcia Crassi

Diadema, minha amada cidade, 26 de fevereiro de 2016.

Estimada amiga Maria Rosa:

          Para meu profundo desgosto esta missiva jamais chegará as suas mãos, porque ontem sua existência cessou e deixou sem chão seus entes queridos e legião de amigos, que a tinham em alta estima e consideração.

          Para atenuar a dor que sinto, por conta do seu retorno ao nada, pedi a boneca Emília cinco pitadas do pó de pirlimpimpim e após aspirá-lo a vi garbosa, vigorosa e radiante a flanar pelas intermináveis alamedas olimpianas e recebida de braços abertos pelos seus ascendentes, bem como por Vygotsky, Jean Piaget, Paulo Freire, Letícia, Iraci Vidal, Marcia Maria Rodrigues de Oliveira, Tatiana Belinky e muitos outros que contribuíram sobremaneira para torná-la uma regente supimpa, além de uma gestora mor sábia que sabia – com primor - mediar e facilitar o labor pedagógico daqueles felizardos regentes que estavam sob seu viés arguto, diferenciado, acolhedor e jamais coercitivo. Tive a prerrogativa de ser regente do então SEJA – Serviço de Jovens e Adultos, da municipalidade diademense, nos anos letivos de 1997 e 1998, na denominada - naquela época - EMEI Santa Terezinha, no bairro do Campanário, sob sua batuta nos anos letivos de 1997 e 1998.

A fotografia que apresenta esta epístola eternizou um momento de uma das instigantes reuniões pedagógicas realizadas, no período matutino, se minha combalida memória não falha, das 10h30 às 12h00, duas vezes por semana, sob sua batuta, que sempre era assídua e pontual e nunca deixou a peteca cair, com os regentes da Seja, Jane, Mônica e este agora reles escrevinhador outonal, insulso professorzinho primário e coordenador pedagógico aposentado. No período vespertino eu lecionava na Escola Estadual Cláudio Abramo e a noite retornava à EMEI Santa Terezinha, das 7h00 às 11h00 para instigar meus estimados regidos adolescentes e adultos a tornarem-se eficientes nas competências leitora e escritora.

Maria Rosa, este maltratado e fascinante mundo ficou insulso sem sua presença radiante.

Sempre a tive, tenho e a terei em alta estima e consideração.

Enquanto não retornar ao nada você estará na minha memória e jamais cairá no esquecimento.

Compungidamente.

João Paulo de Oliveira

Um ser vivente em busca do conhecimento e do bem viver sem véus, sem ranços, com muita imaginação, autenticidade e gozo.

PS - A saudosa Maria Rosa é a competente gestora mor que foi eternizada nesta fotografia na minha frente. Ladeada pela Joana e Monica, bem como pela minha querida amiga Jane Roza, que estava do meu lado direito.